EducaçãoMundo

Professor é afastado por 6 meses ao afirmar que só existe gênero masculino e feminino

Segundo sua opinião, acontecia doutrinação e corrupção de menores, e os alunos ficavam desconfortáveis.

Os pais comunicaram à direção da escola, que resolveu suspender o professor e um processo foi aberto. Ele leciona Biologia há 25 anos e disse nunca ter passado por tal constrangimento.

Professor do Instituto público de Alcalá de Henares, em Madri (Espanha), foi suspenso do cargo por seis meses após denúncias de que ele havia cometido transfobia ao falar para os seus alunos que mudança de gênero não existe e que apenas os sexos masculino e feminino existem.

Com informações do Okdiario, Jesús Luis Barrón López se pronunciou frente ao caso para prestar os devidos esclarecimentos. Ele contou ao jornal que, poucos meses depois de começar a lecionar no instituto, viu que durante o horário escolar aconteciam palestras externas sobre ideologia de gênero.

Segundo sua opinião, acontecia doutrinação e corrupção de menores. Os palestrantes usavam desenhos com práticas e vídeos obscenos, que eram pornográficos, e as crianças de 12 anos sentiam-se constrangidas e desconfortáveis na sala de aula.

Falou também que as palestras aconteciam sem autorização dos pais, que desconheciam o conteúdo das conversas. O professor decidiu levar a sua reclamação à direção do instituto, com a aprovação de outros colegas do corpo docente.

Mas declarou que não foi ouvido e que a diretora era influenciada por ideologias feministas e de gênero. O professor então pediu autorização para lecionar sobre sexualidade, já que o conteúdo faz parte da Biologia.

Barrón abordou as questões relacionadas aos dois sexos, masculino e feminino, dizendo que, mesmo os transexuais mudando seus órgãos genitais por meio de cirurgias, geneticamente continuarão com o mesmo sexo biológico, ou seja, se nasceu do sexo masculino, continuará assim, mesmo que mude fisicamente.

O professor enfatizou que a ciência não consegue mudar isso. Dias depois de suas aulas, foi advertido pela diretora que disse ter recebido reclamações de pais de alunos que discordavam do que ele havia ensinado. Barrón disse que estava disposto a pedir desculpa pela forma como falou, mas não voltaria atrás porque não há como negar evidências científicas.

Depois da polêmica, Barrón foi chamado para se encontrar com o Inspetor de Educação da Câmara Municipal de Madrid, à qual relatou ter sido acusado de dizer coisas que nunca pronunciou na frente de alunos de 12 anos.

Segundo algumas acusações, o professor falava que era errado homem beijar homem, e foi acusado de transfobia, que é quando ocorre preconceito contra pessoas trans. Depois de alguns dias da reunião, a diretoria da escola entregou ao professor um envelope com um documento informando-o que estava afastado do ensino por suas declarações.

A pena de afastamento é de seis meses, com redução parcial do trabalho, sem contribuição para a previdência e outros complementos. O professor disse que não sabe por que está sendo acusado, pois não teve acesso à denúncia do que comentou em sala de aula.

A diretoria cedeu entrevista, dizendo que Barrón fez comentários de cunho racista, sexista e homofóbico, além de mostrar desprezo por diferentes orientações sexuais. O professor vai iniciar um processo judicial contra o instituto e disse que pretende ir até o fim, pois acredita estar sendo perseguido por causa de suas razões ideológicas.

Conclui afirmando que é uma tentativa de silenciá-lo, bem como outros professores de Biologia, pois todos têm a linha de pensamento com respaldo na ciência. Acha também que os outros colegas não falam abertamente sobre isso por temer represálias.

Deixe uma resposta